sábado, 21 de dezembro de 2019

Juíza decreta prisão de 22 envolvidos em rinha de cães na Grande São Paulo

Eles haviam sido presos no final de semana em evento que incitava luta de cachorros da raça pitbull em Mairiporã mas não se apresentaram à Justiça, conforme determinado.


A Justiça de São Paulo decretou nesta sexta-feira (20/12/2019) a prisão preventiva de 22 envolvidos em uma rinha de cães descoberta pela Polícia Civil no final de semana em uma chácara em Mairiporã, na Grande São Paulo.

A juíza Daniela Aoki de Andrade Maria, titular da 2ª Vara Judicial da cidade, entendeu que eles não cumpriram a determinação de se apresentarem à Justiça durante a semana, o que foi considerado por ela a demonstração "de que não pretendem colaborar com a Justiça" e "frustar" a aplicação da lei.

No total, foram presos 41 homens envolvidos na briga de cães mas, após audiência de custódia, realizada na segunda-feira (16), apenas um deles permaneceu preso, acusado de ser o organizador do evento.

Os demais participantes foram soltos e terão até dez dias para pagar fiança com valor que varia entre dois e 60 salários mínimos.

O Ministério Público recorreu da decisão, pedindo que fosse decretada a prisão dos outros 40 envolvidos, defendendo a gravidade do crime. O caso corre sob segredo de Justiça.

Os suspeitos respondem por maus-tratos de animais, associação criminosa e jogos de azar (eram feitas apostas em dinheiro nas lutas para saber que cão sairia vencedor e qual perderia a disputa).



Sobre o caso:

A investigação começou após uma denúncia anônima contra um treinador e um criador de pitbulls em Curitiba e São José dos Pinhais (PR). Os investigadores passaram a então o monitorar e o seguiram no último sábado (14) até uma área rural no município paulista. Lá, encontraram dois cachorros "duelando". 

Com ajuda da polícia de São Paulo, os agentes obrigaram um norte-americano a separar os dois cachorros. Além dele, foram presos um mexicano e um peruano. Seis dos presos chegaram a fugir, mas a polícia conseguiu capturá-los após os acusados retornarem ao local do crime.

Foram presos médicos, veterinários, um policial militar, cinco estrangeiros e vários adolescentes que participam do duelo internacional de cães da raça Pitbull.

Segundo o delegado Matheus Loiola, a organização criminosa era Internacional e o último duelo ocorreu na República Dominicana. "Todos eles são financeiramente bem sucedidos. Todos sabiam o que estavam fazendo", relata. Todos estão presos e passarão por audiência de custódia ainda nesta segunda-feira (16). Eles vão responder por associação criminosa, maus-tratos contra animais com agravante de morte e jogo de azar.

Ao todo, 41 pessoas foram presas em flagrante. Os animais encontrados estavam muito machucados e alguns mortos. Foram achados 33 cachorros na região do Chácaras Reunidas Ipê, em Itu (SP).

Nesta sexta-feira (20), a Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva de 22 envolvidos na rinha de cães. Ao todo, 41 homens foram presos, mas apenas um permaneceu na prisão após ser apontado como o organizador do evento.

 


 


Mais canis

Depois da descoberta da rinha, a Polícia Civil de São Paulo resgatou na terça-feira (17) mais 33 cachorros em situação de maus-tratos em uma chácara em Itu - o responsável pelo local também tem envolvimento com o evento em Mairiporã.

Os animais estavam com problemas de saúde, sem comida nem água, assim como outros cinco cães descobertos pelo delegado Laiola e sua equipe em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, que também pertencia a um dos detidos no sábado.


Animais sofreram horrores dentro e fora dos ringues

Um dos cachorros da raça pitbull resgatado de uma "rinha" de cães, em Mairiporã (SP), chegou a urinar sangue, de acordo com o delegado o delegado Matheus Laiola, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente no Paraná.

Investigadores apontam que os cachorros da raça pit-bull encontrados eram alimentados com restos de outros animais mortos criados na propriedade.

Segundo a PCPR, um churrasco com carne de cachorro era servido aos participantes do evento criminoso. A veterinária que acompanhava a polícia identificou que os cães  mortos durante o duelo eram servidos aos participantes.

E havia veterinário no local responsável por “tratar” do cachorro após do duelo para que pudesse voltar para o ringue na mesma noite. Os animais eram estressados pelos veterinários e treinadores, passando por fome e sede durante dias, para terem um melhor desempenho durante a luta.

“Era uma quadrilha extremamente organizada para causar intenso sofrimento a esses animais”. “Os cachorros mortos eram assados para eles comerem, uma cena totalmente de terror”, sintetizou o delegado.

 

 

 

 


Rinha era transmitida pela internet

A quadrilha era bem especializada e estruturada. As lutas eram transmitidas em grupos fechados pela internet para o mundo todo. Ano passado a rinha aconteceu na República Dominicana.

“Trata-se de um grupo especializado em rinha internacional. É um grupo extremamente organizado. Eles  vendiam camisetas do evento com a pesagem de cada animal e faziam apostas físicas e online, em grupos fechados pro mundo inteiro. Eram especializados em causar intenso sofrimento  a esse animais”, afirmou o delegado.

A Polícia Civil de São Paulo apreendeu cerca de R$ 47 mil no local. Cada cão Pitbull vale em torno de R$ 200 mil porque são selecionados geneticamente, treinados pra isso. Segundo a investigação, os cães eram obrigados a fazer esteira, natação e eram privados do convívio de outros animais.


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Fotos: Divulgação/PCPR

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